Meu
primeiro livro foi nos anos 70, Uma rua como aquela, de Lucília
Junqueira de Almeida Prado,
um livro muito interessante para o
adolescente,
pelo menos para mim foi, pois me deu asas a minha
imaginação.
Sobre esses livros dos anos 70 e começo dos 80,
não é exagero dizer que, durante a leitura,
eu me mudava para dentro
deles. Foi o que aconteceu com Uma rua como aquela,
que me
transportou para uma rua sem saída, travessa da avenida Brasil, em São
Paulo,
e que me fazia imaginar diálogos com o Reinaldo, o Alexandre, a
Fátima, a dona Iaiá do piano
, o Planador, o Carlão, a Lavínia - caramba,
eu queria ser o Alexandre!
(E acho que foi ele quem me ensinou a
enfrentar a série de amores platônicos que eu vivi durante a
adolescência.)
Ainda tenho meu exemplar desse clássico particular, e o
releio sempre que posso, ao menos uma parte ou outra.
Conheço as
histórias de trás pra frente e não deixo nunca de me emocionar com elas,
a carta de Alexandre que Lavínia lê para a garotada no dia em que a
Apolo 11 pousa na Lua,
a molecada levando de volta o piano de dona Iaiá,
a fala decisiva do Avarento no fim do livro.
Acho que é disso que os
livros inesquecíveis são feitos: boas histórias e excelentes lembranças.
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